Mulheres na Era Medieval

Christine Pizan (1364-1430)

A foto retrata Christine de Pizan (1364-1430), uma escritora italiana do século XIV que ficou famosa entre as mulheres medievais ao escrever obras sobre o universo feminino da época, mostrando sua autopercepção do mundo e suas inconformidades em relação a desigualdade entre homens e mulheres. Christine começou a escrever em um convento após a morte de seu marido e lá viveu de 1422 até sua morte, em 1430. Uma de suas obras mais famosas “A cidade das Moças” (1904) critica os insultos perversos às mulheres e seu comportamento mostrando que a capacidade intelectual é comum a todos os seres humanos e que as mulheres não deveriam aceitar tais concepções negativas criadas por homens sobre as mesmas.  (NERI, 2013)

Emponderamento feminino - O início

Empoderamento na concepção feminista é um poder que afirma e reconhece as mulheres, sendo condição necessária para garantir a igualdade entre os gêneros. (LISBOA, 2008). A história do emponderamento feminino tem raízes no movimento religioso da Idade Média. Durante o domínio da Igreja católica, na Europa, a concepção da mulher estava relacionada aos vícios e práticas pecaminosas e sua salvação estava na família e à dedicação à religião. Assim, a mulher era considerada apenas como apêndice dos homens, tendo seu papel principal na constituição de família e na procriação. Era comum que as filhas não casadas fossem levadas aos conventos para se dedicar a religião, porém embora o fato representasse uma maior proximidade à cultura católica, os conventos permitiram que mulheres tivessem mais acesso à literatura podendo ler, pensar e questionar a sociedade em que viviam. (WALTERS, 2005)

Em meio a esse ambiente que marcava a Idade Medieval, algumas mulheres, como Christine, levantaram sua voz para relatar o cotidiano das mesmas, trazendo um diálogo acerca do papel da mulher na sociedade e compondo assim a história do emponderamento da mulher e da luta feminista presente no mundo contemporâneo. Um dos desafios deste empoderamento está centrado na condição política, ou seja, na representação igualitária de mulheres em estruturas de tomadas de decisão e seus direitos na formulação de políticas sociais. Deste modo, ausência de representantes femininas nas estruturas de governo demonstra que as prioridades, tanto nacionais, como regionais e locais estão sendo estabelecidas sem a participação significativa das mulheres. (LISBOA, 2008).

Bibliografia:  

LISBOA, Teresa Kleba. O empoderamento como estratégia de inclusão das mulheres nas políticas sociais. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008. Disponível em:<Bibliografia 1> Acesso em: 01 de Março de 2015

NERI, Cristiane Soares Carneiro. Feminismo na Idade Média: conhecendo a cidade das damas. Revista Gênero e Direito. n.1. p. 68-85, 2013 Disponível em:<Bibliografia 2> Acesso em: 01 de Março de 2015

WALTER, Margaret. Feminism. A very short Introduction. New York: Oxford, 2005