quarta-feira, 8 de abril de 2015

Anarcofeminismo

O anarcofeminismo combina a teoria anarquista de Mikhail Bakunin com o feminismo. Ele de modo geral considera o patriarcado como uma manifestação involuntária de uma hierarquia coercitiva, que deve ser substituído por uma associação livre descentralizada. Anarcofeminismo acredita que a luta contra o patriarcado é uma parte essencial da luta de classes, e da luta anarquista contra o Estado. Sua filosofia é baseada no fato de que as luta feminista e anarquista são essenciais uma a outra. (BROWN, 1993)

Existe uma divergência entre autores anarquistas sobre o papel da mulher na sociedade. Mikhail Bakunin sempre se opôs a maneira como o patriarcado e as leis sujeitam as mulheres à absoluta dominação masculina. Ele argumentava que homens e mulheres deveriam ter direitos iguais, pois só assim em uma sociedade anarquista as mulheres poderiam ser livres e independentes para criar seu próprio modo de vida. Bakunin escreve que no futuro a família como unidade judicial e autoritária irá acabar, e as mulheres terão total liberdade sexual. Essa visão é diferente de Proudhon que acreditava na família, como base moral da sociedade na qual a mulher deveria cumprir seu papel tradicional. (BROWN, 1993)
Neste sentido o anarcofeminismo, observa o capitalismo e o Estado combinados com a ideia de patriarcado, unindo ambas as lutas contra estes tipos de hierarquia. Ele argumenta que a sociedade moderna é dominada pelo homem, que valoriza: dominação, exploração, agressão, competição e etc. Estes valores para as anarcofeministas são tidos como hierárquicos e masculinos. E fazem contraste com outros valores: cooperação, compartilhamento, compaixão e etc. Que são tidos como femininos e não autoritários. A teoria anarcofeminista é baseada, portanto na criação de uma sociedade mais igualitária e com valores mais femininos, como a ajuda mutua conceituada por Piotr Kropotkin. Nesta sociedade a participação politica feminina, ficaria distante de qualquer conceito hierarquizado do atual sistema politico estatal, sendo portanto completamente igualitária, pois uma vez quebrada hierarquia estatal, o patriarcado e a dominação masculina da sociedade passariam a ser incoerentes, com o modelo de poder descentralizado anarquista de cooperação e ajuda mutua.(RAGO, 2005)
 

 
Bibliografia:

RAGO, Margareth. Mujeres libres: anarco-feminismo e subjetividade na revolução espanhola. Verve, 2005.
BROWN, Susan L. The Politics of Individualism: Liberalism, Liberal Feminism and Anarchism. Montreal: Black Rose, 1993.



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