sexta-feira, 24 de abril de 2015

A Presença dos Homens nos Movimentos Feministas

O movimento feminista em todo o mundo luta em geral pela igualdade dos gêneros entre homens e mulheres. As primeiras mulheres a acreditar e propor um feminismo mais sólido entendiam a estrutura do sistema social como machista, patriarcal e muito conservador na qual homens ditavam as regras. Dessa maneira, a maioria dos movimentos feminismo mesmo nos dias atuas é composto em sua maioria por mulheres divididas em aceitar homens nas manifestações e as que se opõe a qualquer intermediação masculina (ARRAES, 2015). Assim, surgiram várias indagações e perguntas sobre a forma que os diversos movimentos feministas deveriam ser vistos: com a presença ou ausência do sexo masculino. Algumas mulheres – mais radicais – acreditam que a presença de homens pode ser maléfica dentro de movimentos e manifestações feministas, visto que o gênero masculino é o que está em uma condição melhor e privilegiada na estrutura social. As mulheres deveriam nesta vertente mais radical de feminismo, também conhecida como “Pró-Feminismo”, aceitando homens que se colocam como feministas, mas com o total protagonismo de mulheres (LAPA, 2013).

É fato que a estrutura social machista pré-estabelecida na sociedade prejudica mulheres e homens – em um sentido mais profundo – pois as tarefas sociais de cada um é valorizada de maneira diferente e randômica, prejudicando mulheres na vasta maioria dos casos. Isso é visto nos diversos exemplos de mulheres no ambiente privado e público (SAMI, 2014).
Entretanto, excluir os homens das manifestações podem em muitas formas comprometer a efetividade dos objetivos feministas, por exemplo a legitimidade masculina – partindo do pressuposto que o homem é o sexo “forte” e está em uma posição social melhor na sociedade. Dessa maneira, a proposta de muitas mulheres é trazer os homens para dentro do movimento e discussões, com intuito de fazer com que constituem uma consciência capaz de reconhecer a estrutura machista e tentar a partir disso mudar em várias atitudes de seu ambiente social (SAMYN, 2013). Esse “novo homem” vai questionar as várias situações machistas no dia a dia, e isso indiretamente pode agir em favor do movimento feminista e na luta de muitas mulheres em todo o mundo (ARRAES, 2015). A importância de envolver homens na temática feminista vem ganhando cada vez mais força na agenda internacional, e um claro exemplo disso foi o discurso da britânica Emma Watson na Organizações das Nações Unidas (ONU) acerca da campanha “He for She”, na tentativa de fazer com que homens do mundo inteiro se envolvam mais na luta contra as desigualdades de gêneros, como observado no discurso abaixo:

“Today we are launching a campaign called for HeForShe. I am reaching out to you because we need your help. We want to end gender inequality, and to do this, we need everyone involved. This is the first campaign of its kind at the UN. We want to try to mobilize as many men and boys as possible to be advocates for change. And, we don’t just want to talk about it. We want to try and make sure that it’s tangible.” (WATSON, 20 de setembro de 2014)

Bibliografia:

ARRES, Jarid. 2015. Homens Feministas: Um Debate em Contrução. Disponível em: <Bibliografia I> Acesso dia 24 de abril de 2015.
LAPA, Nádia. 2013. O Papel dos Homens no Feminismo. Disponível em <Bibliografia II> Acesso dia 24 de abril de 2015.
COLE, Nicky Lisa. Full Transcript of Emma Watson's Speech on Gender Equality at the UN. Disponível em <Bibliografia III> Acesso dia 24 de abril de 2015.
SAMYN, Henrique. Homens Pró-Feminitas: Aliados não Protagonistas. Disponível em <Bibliografia IV> Acesso dia 24 de abril de 2015.
SAMI. 2014 Feminismo para Homens. Disponível em <Bibliografia V> Acesso dia 24 de abril de 2015.

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